domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ecos em mim

Hoje eu li sobre Catherine Doherty que num determinado momento ela deu entrevista e falou das várias pessoas que existiam dentro dela. Havia a baronesa, muito espiritual e dedicada a Deus, a Catherine que gostava da sofisticação e por fim uma garota e é essa garota que ela identificava como a verdadeira.
Por minha vez tambem reconheço que há vários de mim, o menino de quatro anos que sempre quer ficar na casa da avó, o professor social, o viciado em trabalho, o que gosta da igreja, o que detesta a igreja, o que ama filmes, o que ama musica, o que ama as diferenças, o que ama o cotidiano, o desapegado, o sovinas, o que ama o espetacular, o que ama o ordinário da existencia, o que reza sem parar, o que nao acredita em Deus ou nele mesmo,... Mas qual deles é o verdadeiro de mim e nao simples ecos da experiencia do mundo? eu nao sei nomeá-lo. O verdadeiro eu é o que escolhe qual dos eus vai agir agora. Por exemplo, o eu que agora se dirige a voçês é o eu escritor mas nao foi ele que escolheu vir à tona, mas o outro que nao fala, que usa as mascaras, as palavras, as escuridões e os clarões pra se esconder, até dele mesmo...
O meu eu profundo nunca se expressou sozinho. Ele sempre usa os outros pra se revelar sem revelar a si.

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