domingo, 25 de abril de 2010

Recentes questionamentos...

To love more truly
by Scott Kearns

To love more truly, this is my goal;
To care more deeply with all my soul
To show compassion, extend forgiveness,
To make a difference, I give my all.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Alma, olhos, vazio, busca...

Lembram do meu amigo velhinho com doença degenerativa? Ele faleceu 23:30 do último Domingo de Páscoa. Ligaram para a minha casa e a night support me acordou pra dar a mensagem. Queriam que eu fosse para o hospital ver o corpo. Lá chegando depois de rezar na presença dos espólios eu sentei com os demais membros da comunidade que ali estavam e começamos a preparar as celebraçoes funebres. Falamos entre outras de um momento onde a comunidade sentaria junta e cada um traria lembranças sobre o meu amigo... O tempo passou entre decisões rápidas e práticas após as quais voltei pra casa e dormi com aquilo na cabeça... O que eu tenho pra contar dele?
Hora, quando eu cheguei a essa comunidade ele já nao falava ou andava e nem mesmo comia com a boca pois o alimentávamos através de uma sonda estomacal... Mas mesmo nessa tão limitada circunstância eu não posso dizer que ele não tenha me ensinado muito...
Eu já escrevi sobre a beata Miriam de Jesus Crucificado, que teria passado por uma grande provação onde sua alma parecia mergulhada numa grande treva e só de vez em quando a alma poria a cabeça fora do mar de escuridão e surgindo por um pouco de tempo se recomporia por mais um profundo mergulho. Eu também já escrevi que o meu amigo parecia estar mergulhado num profundo mar de inconsciência, mas que de vez por outra recompunha sua alma(consciencia) e se comunicava através de seu olhar, era como se ele me disesse "estou acordado".
Pois bem, eu acho que começei a aprender com meu amigo a reconhecer quando a alma está acordada através do olhar, quando a pessoa não está perdida nela mesma e se apresenta viva e atenta... Ora, muitos são os olhares turvos, mareados e inconscientes ao meu redor. Hoje mesmo, quando eu tomava meu banho, olhei no espelho e vi que meus olhos não comunicavam nada do que se passava dentro de mim, minha alma está tão dentro dela mesma que não vivifica o meu ser...
Com o meu amigo eu aprendi a ler o olhar, mas eu não aprendi ainda a responder quando os outros me chamam, eu não aprendi ainda a acordar pra vida ao meu redor e apoiar/ajudar aqueles que me chamam muitas vezes apenas pra me ajudar... aqueles que me chama pra me amar... aqueles que me chamam por que precisam de mim pra algo...
Naquela cama de hospital, o corpo dele jazia com os olhos entre abertos, mas eu olhei e eles estavam vazios, não havia mais alma perdida nas trevas. não havia mais o meu amigo neles... O meu amigo partiu pra luz do ressuscitado. Party all the time, party all day como diria o refrão da musica do sucesso no Canadá. Só eu fiquei procurando uma centelha de luz, uma pista, algo esquecido por ele, mas nada, só a noite reinava e eu buscava...

Obrigado amigo, e por favor continue a me ensinar como acordar para cada um ao meu redor quando receber o chamado deles...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vida em conversão!

Nessa quaresma cabe ouvir Jesus e seus profetas, cabe pensar nos meus próprios atos de solidão e medo, minhas angústias e fragilidades, cabe pensar a fé, não a fé virtude católica, mas a teologal, aquela que vem do fato de sermos humanos, vivendo juntos, numa sociedade, numa cultura, numa história, numa biosfera e partilharmos a existência em fé no outro, mas sem consciência disso... Vale lembrar que fé é acreditar sem matéria, e aí acreditamos no motorista do onibus, mesmo sem saber como ele tirou a carteira de motorista, no cheff do restaurante, mesmo sem saber que nível de depressão ele possui, no piloto do avião, no pai e na mãe, no padre (que mesmo sem ter tomado café com Deus fala em nome dele), no carteiro, no site de compras da internet, no google que guarda nossos documentos eletronicos com tanta presteza (e grátis),... Vivemos na fé, e nela existimos, mas tem muitos religiosos no meio de nós em desespero, aqueles que criam no capitalismo, no mercado livre, na livre concorrência, em todos esses deuses falidos e desiludidos que nossa sociedade cria tanto e hj sabemos não gerarem vida... O resultado? Frustração e depressão...
Frustraçao e Depressãso são resultado da perda da fé nas nossas religiões... Qual era a sua religião? Sua crença, sua fé?
Hj eu trago o site de Leonardo Boff, me desculpem os muitissimos católicos papais, mas o profeta deve gritar, e mesmo os não católicos ou cristãos, criticos sociais e estudiosos, todos meus amigos que eu amo tanto. Procurem passar um tempo nos artigos, não fique só em um pensando ser determinista ou em outro simplista pois todos são artigos e como tais devem ser limitados, leiam vários antes de tomar suas decisões e por enquanto deixo um a seguir, mas nao esqueçam de comentar com as religióes e deuses que vcs acreditam/vam e como eles trazem desilusões e depressões...



"Se não vos converterdes, todos perecereis"


Disse Jesus nos evangelhos:"Se não vos converterdes, todos vós perecereis". Quis dizer: "Se não mudardes de modo de ver e de agir, todos vós perecereis". Nunca estas palavras me pareceram tão verdadeiras como quando assisti a Crônica de Copenhague, um documentário da TV francesa e passada num canal fechado no Brasil e, suponho, no mundo inteiro. Na COP-15 em Copenhague em dezembro último, se reuniram os representantes das 192 nações para decidir a redução das taxas de gases de efeito estufa, produtores do aquecimento global.

Todos foram para lá com a vontade de fazer alguma coisa. Mas as negociações depois de uma semana de debates acirradíssimos chegaram a um ponto morto e nada se decidiu. Quais as causas deste impasse que provocou decepção e raiva no mundo inteiro?
Creio que antes de mais nada não havia suficiente consciência coletiva das ameaças que pesam sobre o sistema-Terra e sobre o destino da vida. É como se os negociadores fossem informados de que um tal de Titanic estaria afundando sem se dar conta de que se tratava do navio sobre o qual estavam, a Terra.

Em segundo lugar, o foco não estava claro: impedir que o termômetro da Terra suba para mais de dois graus Celsius, porque então conheceremos a tribulação da desolação climática. Para evitar tal tragédia, urge reduzir a emissão de gases de efeito estufa com estratégias de adaptação, mitigação, concessão de tecnologias aos países mais vulneráveis e financiamentos vultosos para alavancar tais medidas. A preocupação agora não é garantir a continuidade do status quo mas dar centralidade ao sistema Terra, à vida em geral e à vida humana em particular.

Em terceiro lugar, faltou a visão coletiva. Muitos negociadores disseram claramente: estamos aqui para representar os interesses de nosso país. Errado. O que está em jogo são os interesses coletivos e planetários e não de cada pais. isso de defender os interesses do país é próprio dos negociadores da Organização Mundial do Comércio, que se regem pela concorrência e não pela cooperação. Predominando a mentalidade de negócios funciona a seguinte lógica, denunciada por muitos bem intencionados, em Copenhague: não há confiança pois todos desconfiam de todos; todos jogam na defensiva; não colocam as cartas sobre a mesa por temerem a crítica e a rejeição; todos se reservam o direito de decidir só no último momento como num jogo de pôquer. Os grandes jogadores se omitiram: a China observava, os EUA calavam, a União Européia ficou isolada e os africanos, as grandes vítimas, sequer foram tomados em consideração. O Brasil no fim mostrou coragem com as palavras denunciatórias do Presidente Lula.

Por último, o fracasso de Copenhague - bem o disse Lord Stern lá presente - se deveu à falta de vontade de vivermos juntos e de pensarmos coletivamente. Ora, tais coisas são heresias para espírito capitalista afundado em seu individualismo. Este não está nada interessado em viver juntos, pois a sociedade para ele não passa de um conjunto de indivíduos, disputando furiosamente a maior fatia do bolo chamado Terra.

Jesus tinha razão: se não nos convertermos, vale dizer, se não mudarmos este tipo de pensamento e de prática, na linha da cooperação universal jamais chegaremos a um consenso salvador. E assim iremos ao encontro dos dois graus Celsius de aquecimento com as suas dramáticas consequências.

A valente negociadora francesa Laurence Tubiana no balanço final disse resignadamente:"os peixes grandes sempre comem os menores e os cínicos sempre ganham a partida, pois essa é a lógica da história". Esse derrotismo não podemos aceitar. O ser humano é resiliente, isto é, pode aprender de seu erros e, na urgência, pode mudar. Fico com o paciente chefe dos negociadores Michael Cutajar que no final de um fracasso disse: "amanhã faremos melhor".

Desta vez a única alternativa salvadora é pensarmos juntos, agirmos juntos, sonharmos juntos e cultivarmos a esperança juntos, confiando que a solidariedade ainda será o que foi no passado: a força secreta de nossa melhor humanidade.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Belonging and Commitment

A nova jornada da Arca gira em torno do pertencimento e do comprometimento. O compromisso vem depois do pertencer, e nao poderia ser diferente. Como se comprometer sem antes fazer parte de algo?
O que é pertencer? Sabe que eu tenho pensado muito nisso? Lembrei do capítulo vinte e um do Pequeno principe, aquele que fala da raposa...



Todos os dias eu me sento e deixo que minhas raposas venham para serem domadas, calmamente, carinhosamente, e dia a dia eu pertenço mais e mais a eles e tudo ao meu redor me faz lembrá-los... E assim eu passo a me comprometer de uma maneira diferente ... porque eu vejo alem das coisas. do tempo e da história, eu vejo o quanto eu posso amar e ser amado.



E ninguem pode tirar esse amor de mim! Eu estou para sempre comprometido com todos os meus amigos e amigas...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ecos em mim

Hoje eu li sobre Catherine Doherty que num determinado momento ela deu entrevista e falou das várias pessoas que existiam dentro dela. Havia a baronesa, muito espiritual e dedicada a Deus, a Catherine que gostava da sofisticação e por fim uma garota e é essa garota que ela identificava como a verdadeira.
Por minha vez tambem reconheço que há vários de mim, o menino de quatro anos que sempre quer ficar na casa da avó, o professor social, o viciado em trabalho, o que gosta da igreja, o que detesta a igreja, o que ama filmes, o que ama musica, o que ama as diferenças, o que ama o cotidiano, o desapegado, o sovinas, o que ama o espetacular, o que ama o ordinário da existencia, o que reza sem parar, o que nao acredita em Deus ou nele mesmo,... Mas qual deles é o verdadeiro de mim e nao simples ecos da experiencia do mundo? eu nao sei nomeá-lo. O verdadeiro eu é o que escolhe qual dos eus vai agir agora. Por exemplo, o eu que agora se dirige a voçês é o eu escritor mas nao foi ele que escolheu vir à tona, mas o outro que nao fala, que usa as mascaras, as palavras, as escuridões e os clarões pra se esconder, até dele mesmo...
O meu eu profundo nunca se expressou sozinho. Ele sempre usa os outros pra se revelar sem revelar a si.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O Brasil ainda vai tornar-se uma imensa Vancouver pra todo mundo ver...



"Apenas banir o indigente
Ocuparam o territorio dos aborigenes
nos nao precisamos de tendas, precisamos de lares
O governo gastou todo o dinheiro nas olimpíadas
As pessoas me dizem Voce é vergonhoso, vc me embarassa, mas eles apenas pegaram as minhas irmãs e as mataram
Eu sou indio e preciso de liberdade
Nós precisamos de Amor
Eu respeito o mundo, mas o governo precisa me respeitar pra que eu o respeite tambem..."

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O conto das duas cidades continua, agora em Vancouver

“Dois amores erigiram duas cidades, Babilônia e Jerusalém : aquela é o amor de si até ao desprezo de Deus ; esta, o amor de Deus até ao desprezo de si”.

Santo Agostinho, A Cidade de Deus,

2, L. XIV, XXVIII

Dois amores erigiram duas cidades, Vancouver e Vancouver: a primeira é o amor de si, da própria fama, amor aos investidores de um futuro incerto, amor ao dinheiro nas mãos de poucos... até o desprezo dos outros; a segunda é o amor aos outros, à humanidade comum até o desprezo de si, até o risco de não ser compreendido pelos seus, de ser considerado baderneiro, vergonhoso, aviltante quando na verdade o criminoso é justamente aquele que os atacam...

A Tale of two Vancouvers

The rational, principled resistance of activists protesting against the Winter Olympics chimes with Canadian public opinion

*
Comments (27)
* Buzz up!
* Digg it

* Jules Boykoff
*
o Jules Boykoff
o guardian.co.uk, Friday 12 February 2010 18.00 GMT
o Article history

Olympics graffiti

A controversial art installation in Vancouver, where the 2010 Winter Olympics are taking place. Photograph: Jules Boykoff

The Winter Olympics begin today, with the opening ceremony at Vancouver's BC Place. While the games have lured some of the world's most accomplished athletes to Canada to compete for the gold, they've also roused a groundswell of anti-Olympic dissent.

Five-ring flag-waving Olympic boosters will tell you these anti-Olympic protesters are a grumpy gaggle of naysayers intent on spoiling other people's fun. Even worse, as Am Johal of the Vancouver-based Impact on Community Coalition told me, "If you start criticising the Olympics, you're portrayed as a sort of Trotskyist on the fringes of society." Butfor those willing to listen, many anti-Olympic activists are actually advancing rational, principled resistance that chimes with Canadian public opinion in many ways.

Olympic enthusiasts are correct that hosting the Games has jumpstarted some valuable infrastructure projects, the Canada Line being a shining example. But that doesn't mean we should turn a blind eye to rights that are squashed as the Olympic gravy-train rolls into town. Nor should we deny the social debris that is sure to remain in its wake when Olympic bigwigs pack up and head to London.

Although the Olympic charter supports "promoting a peaceful society concerned with the preservation of human dignity" the International Olympic Committee (IOC) opted to hold the games on unceded indigenous land. As such, the spectre of dispossession haunts the Olympics, with numerous First Nations land claims yet to be resolved. Eighty of the 203 aboriginal bands in British Columbia have refused to partake in the games, which is remarkable in light of the pro-Olympic propaganda that has filled the social ether. When you hear protesters chanting the maxim "No Olympics on Stolen Native Land," they're not doing it for their health. You can ignore the history of indigenous oppression – and many people do – but that doesn't meant it's irrelevant.

Anti-Olympic activists are also rankled by the ever-ballooning economic costs of hosting the games, from less than $1bn to more than $6bn. The financial meltdown of 2008 couldn't have come at a worse time for Olympic organisers, but they've also been plagued by the incessant low-balling of costs.

The Olympics are yet another painful example of a public-private partnership gone awry. Taxpayers have been surreptitiously soaked by private developers who've created a real-deal budget-buster for the city. Were it not for an emergency infusion of taxpayer money to cover cost overruns, the Olympic Village would be half built. The closer we get to the Olympics, the more people agree with Johal that "The Olympics are a corporate franchise that you buy with public money."

Fundamental day-to-day needs are being sacrificed on the altar of Olympic glory while nearly half of Canadians in a recent survey felt the country's current economic conditions are "poor" or "very poor." The shimmering glow from the Olympic rings above the Vancouver harbor only illuminates the contradiction that 800 teachers recently received notification they may be laid off next year because of budget cuts. The homeless population in Vancouver has more than doubled since the Olympic bidding process began.

Speaking of money trouble, the security budget for the Olympics has skyrocketed from $175m to about $1bn. For the residents of Vancouver, this hefty price tag translates to the militarisation of public space. The Office of the Privacy Commissioner of Canada reported the installation of nearly 1,000 surveillance cameras in Vancouver. The Canadian government has formed the Vancouver Integrated Security Unit comprised of thousands of police and military officers.

And this is only what we're aware of. David Eby, the Executive Director of the British Columbia Civil Liberties Association told me, "I'm really worried about what we don't know. I'm worried about the weapons we don't know about that the police may have purchased, the tactics we don't know about that they want to use on activists." These are not the irrational howls of a paranoiac, but the levelheaded concerns of someone with on-the-ground experience.

From the Olympic bidding process onward, the "legacy" of the Olympics has been hotly debated. In a recent boilerplate op-ed for the Vancouver Sun, IOC president Jacques Rogge unambitiously asserted the legacy of the games will be sports venues and an Olympic Village-turned-apartment-complex.

Anti-Olympics activists have much higher hopes. Thanks to the conversations that have occurred within the anti-Olympic movement, Johal said the real legacy of the games may well be "elevated democracy" and a "sustained conversation" about what matters to the people of Canada.

With that in mind, in the coming weeks when we see dissidents in the media, rather than engage in name-calling, we might thank them for jumpstarting democracy.

After all, Canadian prime minster Stephen Harper has prorogued parliament – suspending lawmaking for the duration of the games – so can we really blame activists for wanting to prorogue the Olympics?


http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cifamerica/2010/feb/12/vancouver-winter-olympics-protests

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cinzas de quarta-feira

Cinzas, do que vc se lembra?
Cinderela, a pobre menina sentada no borralho do fogao a lenha,
Católicos em procissão recebendo o sinal na testa,
Sodoma e Gomorra que pereceram por se recusarem a converssão e a sentarse nas cinzas,
Ninive salvou-se porque seus habitantes ouviram o profeta despatriado, vestiram-se de saco e cobriram a cabeça com cinzas,
A fenix grega que renasce das cinzas,
Da pompeia romana devastada pelas lavas e cinzas do Vesuvio, imortalizando a desgraça dos corpos consumidos e transformados em estátuas de cinzas,
Do fogão a lenha, tão característico do Nordeste, terra de mormaço e calor, das arvores retorcidas da seca torturando cada dia mais seus habitantes ao pé da fogueira e suas cinzas,
A minha avó soprando as cinzas do fogão,
As cinzas subiam junto com a fumaça e caiam por tudo lugar, enchendo a casa de pó e chamuço,
Debaixo da terra a minha avó virou cinzas exatamente como as que ela soprou a vida toda,
Tu vieste das cinzas e às cinzas voltarás,
Os deuses comiam o incenso e desse banquete só sobravam cinzas,
De mim só sobrarão cinzas após ser consumido por essa vida.
O tempo transforma tudo em cinzas,
Mas enquanto isso no reino forte do Norte o dia acaba num cinza de nuvem e nevoeiro sem fim.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Iracema no Canadá

Arrisquei muita braçada
Na esperança de outro mar
Hoje sou carta marcada
Hoje sou jogo de azar.

Já é tarde para sonhar
Já é tarde pra acordar
lá fora a neve cai pesada
É melhor nela nao pisar

Já é tarde pra lamentar
Já não posso dinheiro juntar
Diz que Deus dará
Sou Iracema no Canadá

Na barriga da riqueza
Nasci brasileiro
Dela só sinto cheiro
Antes de começar a limpeza

Soap opera, novela da vida ingrata
Na tv só vejo gringo
Ninguem fala putaria
Mas que porra de lingua chata!